Curau Brûlée, e alguns testes caseiros

Curau Brûlée, uma deliciosa desculpa para fazer alguns testes dos diferentes jeitos de fazer brûlée em casa.

E vou começar com algo bem básico: brulê, brulee, brulée ou brûlée? Eu já vi todas essas formas escritas, e teoricamente brûlée seria o correto já que essa é a forma correta de escrever queimado em francês. Mas eu vejo muito brulée, principalmente em receitas em português, então talvez essa seja uma conjugação correta também. Gramática e ortografia tiradas de lado, vamos ao curau brûlée.

A ideia veio de uma torta brûlée de milho que vi num site gringo, e que me deu a inspiração de “brulear” um curau. E claro que deu certo, ficou uma delícia, e eu aconselho fortemente que você faça. Principalmente pra galera que não gosta da canela, que normalmente a gente coloca sobre o curau. Então resolvi fazer esse post pensando principalmente em como fazer a parte francesa do curau brûlée. Porque não é todo mundo que anima (ou pode) ter um maçarico em casa.

Por isso esse post não tem receita de curau. Aqui no Cozinha já tivemos o curau tradicional e o curau vegano, ambos os links com receita explicada direitinho. E os detalhes do curau brûlée que eu coloco nesse texto valem pra qualquer outro prato que você queria “brulear”. Isso porque eu aproveitei que ia fazer vários potinhos (pra tirar a foto e pra comer também), e resolvi testar 3 métodos diferentes que vi por aí: colher quente, grill de forno, e o maçarico.

Os potes de vidro das fotos foram feitos com o maçarico, os testes foram feitos na última foto, com os potes brancos.

Toda vez que ouço falar em brûlée, ouço que dá pra fazer com colher aquecida na boca do fogão. E esse foi o primeiro que tentei. O método é: esquentar uma colher de alumínio na chama da boca do fogão e então encostar as costas da colher no açúcar sobre o curau. O lado bom é que todo mundo (eu acho) tem uma colher e uma chama de boca de fogão. E não tem nenhum risco de segurança envolvido no processo. Uma outra coisa que eu gostei é que a casquinha formou bem e se quebrou de forma delicada quando fui provar. O problema é que a colher pode acabar um pouco estragada, então é bom fazer com uma que você não se importe que fique manchada; outro detalhe é que se a colher não estiver quente o suficiente ela vai grudar no açúcar, ele vai sair do doce, e não vai rolar. Caso aconteça, lave a colher, reponha o açúcar, esquente mais a colher e tente de novo. Sem traumas.

O outro método que ouço falar pra improvisar um brûlée é o grill do forno. Essa também pode ser meio restritiva, já que nem todo mudo tem forno com grill. Mas resolvi tentar também. Coloquei a grade na posição mais alta, liguei o grill por 10min com o forno vazio, para garantir que estava bem quente, e então coloquei o curau no forno, com o grill ligado. E não deu certo.  Depois de 15min o curau estava fervendo, a textura dele já era, e nada do açúcar queimar. O meu forno é a gás, então não sei se num forno elétrico seria diferente. Se você faz brûlée em grill de forno e dá certo, por favor me conta nos comentários como você faz!

Por último, o método mais tradicional é o maçarico. É o jeito mais rápido e simples, e também com a casquinha mais uniforme, o que eu achei mais bonito. O maior problema é que nem todo mudo tem o maçarico em casa. Não é perigoso de usar, e os únicos cuidados são usar uma chama pequena, e não direcionar a chama diretamente para a vasilha e sim para o açúcar. Caso você não tenha, mas tenha vontade, dá pra comprar pela internet, em lojas de confeitaria. Eu aconselho comprar a cabeça de maçarico, que se acopla num cilindro de gás, que eu compro em loja de acampamento, também pela internet. Os preços não são proibitivos, e ele é uma ferramenta que pode ser usada para outras receitas, como smores, ou para ajudar a desenformar pudins e mousses.

Ufa. Depois de tanta informação o que fica é:

Se animou muito com o curau brûlée? Compre um maçarico.
Não quer/pode comprar o maçarico? Use uma colher quente.
Grill de forno? Por aqui não deu certo.

E por aí? Como você faz o brûlée?

—————————–
Em 2015: Torta de Chocolate da Minny
Em 2016: Choconhaque