Filhoses de abóbora – #cozinhajunina

Filhoses de abóbora que lembram os nossos bolinhos de chuva mas com o sabor tipicamente junino da abóbora!

Bora começar com momento cultural? Filhó, ou filhós, é um bolinho frito típico de Portugal, cuja base é farinha e ovos, mas que eu vejo muito com abóbora ou raspas de laranja dando sabor. Depois de fritos eles ainda são passados no açúcar com canela. Aqui no Brasil eles são encontrados mais facilmente em algumas partes do Nordeste, mas nesse canto de Minas eu nunca vi. (seja de que parte do Brasil você for, eu tô curiosa pra saber se aí tem filhós)

E assim, eles são típicos da época do natal, não de São João. Mas quando eu vi um bolinho frito, com abóbora como base, eu só consegui pensar em festas juninas. Imaginei aquele frio típico de junho, uma tigela com esses bolinhos e uma caneca de choconhaque… Combinação que, pra mim, faz mais sentido que bolinhos fritos no calor infernal que faz aqui em dezembro.

Enfim, independente de quando você resolver fazer esses bolinhos, ficam alguns pontos. Eu não sei se a fermentação biológica é essencial pra eles, mas essa versão é assim e eu gostei bastante. Eu adoro o sabor dessa fermentação, e esses filhoses me lembraram muito sonhos e donuts, que eu amo! É claro que tem o porém de no frio demorar mais, mas no dia que fiz tava fazendo mais ou menos 20C e a massa demorou 1h pra crescer. Não é tanto assim…

O segundo ponto é que a massa é mole e precisa ser porcionada com uma colher, sendo despejada direto na gordura quente. Se você já fez bolinho de chuva provavelmente sabe do que eu tô falando. Se não, preste atenção que eu não falei jogada na gordura. Nunca jogue coisas na gordura quente, vai espirrar, você pode se queimar e é tudo bem estressante. Chegue com a colher com a porção de massa perto da gordura e, com outra colher, empurre a massa para a panela.

Aliás, pode ser que você consiga filhoses bem redondinhos e bonitinhos; e pode ser que eles ganhem alguns tentáculos. Pra mim foi metade da leva bonitinha e metade que eu escondi no fundo da tigela na hora da foto. Eu acho os feiosos como tentáculos mais gostosos porque fica o bolinho fofinho com o tentáculo crocante. Mas a dica que eu posso dar é: quanto mais firme a massa menos chance de formar tentáculos.

Por último,o que eu mudaria; Eu achei que a massa poderia ter mais açúcar. Não é uma massa doce porque a ideia é justamente cobrir com açúcar no final. Mas formiga que sou, ainda assim eu usaria na massa 2-3 colheres de açúcar em vez de uma. Se você gosta de coisas muito doces use duas colheres, se você gosta de receitas mais equilibradas use apenas uma.

Filhoses de Abóbora – original aqui

500g de abóbora descascada
200ml de leite
1 cravo
1 pedaço de canela
15g de fermento biológico seco
2 ovos
2 1/4 xícaras de farinha de trigo
1 colher sopa de açúcar
1 pitada de sal
óleo pra fritar
Açúcar com canela pra cobertura

Faça um purê com a abóbora; pra isso você pode cozinhar no vapor ou assar (forno médio e sem cobrir) e então bater no processador, com um mixer ou amassar com um garfo. Cozinhar com água funciona também mas a abóbora acaba ficando menos sequinha e isso pode deixar a massa meio mole. Com o purê pronto:

Junte o leite com o cravo e a canela  e leve ao fogo médio até ferver. Desligue o fogo e deixe amornar. Retire os temperos do leite. Em uma vasilha misture o purê de abóbora com o fermento e então adicione o leite morno e os ovos misturando tudo muito bem. Adicione o açúcar, o sal e a farinha e misture formando uma massa meio molenga. Cubra com plástico e deixe crescer até dobrar de tamanho, por cerca de 1h.

Aqueça uma panela com cerca de 3 dedos de óleo. Vá fritando colheradas de massa no óleo quente até dourar. Frite primeiro uma ou duas pra ver se o tamanho do bolinho e a temperatura do óleo estão acertadas. Se o bolinho ficar cru no meio diminua o tamanho ou baixe a temperatura; se ficar seco aumente o tamanho ou temperatura. Deixe os bolinhos fritos escorrerem em uma peneira de metal ou num prato com papel toalha. Passe os bolinhos, ainda mornos, no açúcar com canela e sirva.

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